jueves, 25 de julio de 2013

O livro de Morris Lessmore

   Guilherme Antunes da Silva

         Ser lido, eis a razão de um livro existir. Suas páginas podem estar intactas, sem a menor dobra ou imperfeição. Mas um livro sempre implora por ser aberto, mesmo que isso amasse um pouco suas páginas. Quantos não são os significados que transcendem sua própria capacidade de expressar. Quantos não são os universos, as cores, os enredos cativantes, muitas vezes ocultos sob uma capa pálida que a muitos pode afastar.
         A destruição de sua cidade, desolou a Lessmore, deixando-o sem eira nem beira. Mais que perder a sua casa,sentiu-se como se sua própria história tivesse sido dissipada. Tudo o que vivera até ali se apagara em face do efeito devastador de um furacão.
         Com um semblante acinzentado, encontrou o consolo na literatura.Conheceu os labirintos de uma biblioteca, passando a se encantar com suas características e seus mistérios. Tantos encantos que, nem mesmo após toda uma vida, teria sido ele capaz de conhecer a fundo. Os livros lhe foram um suporte e a sua própria vida se tornara um livro.


lunes, 22 de julio de 2013

O PRAZER ESCONDIDO

DÉBORA ISABEL FUNKLER
Era exatamente 13 de julho, o dia tão esperado por Clara, seu aniversário. Clara se levantou rapidamente e correu para o quarto de seus pais onde Théo e Laura dormiam.
- Mamãe, mamãe, finalmente chegou, tenho 14 anooooos!
- Parabéns minha filha, já está uma mocinha!
- E o meu presente? Exclamou Clara.
Está aqui. Disse Luiz, alcançando a Clara um belo embrulho. Rapidamente o embrulho foi aberto.
- Um livro pai?
- Sim, isso mesmo minha filha!
Com cara de desanimo, Clara vai para seu quarto, jogando o livro em cima de sua mesinha de estudos. O livro ficou ali no mesmo lugar por vários dias, sem ao menos ter sido aberto. Clara achava que o livro não lhe traria nada de interessante e muito menos prazer.
Dias se passaram e o livro continuava ali, empoeirado. Clara chega da escola, e sem nada para fazer, decide buscar algo que lhe ocupe o tempo, olhou diretamente para sua mesa, e decidiu doar um pouquinho de seu tempo, para aquele pobre livro.
Horas, se passavam e Clara estava mergulhada no maravilhoso mundo em que o pequeno e empoeirado livro estava lhe apresentando.
- Nossa pai, nunca imaginei que esse livro fosse tão bom!
- Eu havia lhe falado Clara, não há prazer maior que ler um bom livro, com uma bela história.
- Realmente papai, quero que o senhor me traga o resto da coleção.
- Pode deixar minha filha!
Começava ai então, uma verdadeira paixão entre Clara e a leitura, ela descobriu que poderia viajar, conhecer novos mundos, sem ao menos sair do lugar. Que um livro seria o seu melhor amigo, que lhe traria o prazer, tão desejado.


A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede.”
Carlos Drummond de Andrade

RESENHA DO FILME: “OS FANTÁSTICOS LIVROS VOADORES DO SR. MORRIS LESSMORE”

Ana Elizabeth Fornara
O filme “Os fantásticos livros voadores do Sr. Morris Lessmore” foi contemplado com Oscar de melhor curta-metragem de animação em 2012. Willian Joyce e Brandon Oldenburg, ambos americanos, são os diretores do filme e confessam que a obra foi inspirada no ator e diretor Buster Keaton, em algumas cenas do filme “O mágico de Oz”, e também, no furacão Katrina que devastou Nova Orleans em 2005.
            Lessmore está sentado na varanda de sua casa, escrevendo um livro. Quando, de repente um vento muito forte leva-o juntamente com toda a cidade para um lugar extremamente diferente, com uma mulher suspensa no ar por livros voadores. A cena inusitada deixa o homem embaraçado. É então, que um livro voa na direção de Lessmore e o conduz até uma biblioteca repleta de livros com vida.
          O protagonista passa a cuidar desta misteriosa casa e das obras que ela contém. As pessoas que passam por lá são contagiadas pela magia das histórias. Lessmore que encontra um mundo perfeito vai vivendo a emoção e a pureza de seus novos amigos, enquanto termina sua própria biografia.
            O filme relata de forma leve e emocionante a história de pessoas que são apaixonadas por livros, e o poder curativo que essas obras possuem, podendo transformar a vida de seres humanos. Mostrando que de certa forma, tudo fica mais colorido e bonito com as palavras.
          Enquanto assistimos, podemos viajar por outras dimensões, por outro mundo. De sonhos, de fantasias e da mágica presente nessa grande invenção humana. É algo que nos leva para outras realidades e que nos remete à uma reflexão sobre o que é ser leitor. De forma dinâmica é capaz de instigar os mais diferentes públicos.

“Baús de Sabedoria”


Daniela De Zorzi

Livros foram e são por muitos considerados grandes “baús de sabedoria”. Antigamente quem possuía um livro e tinha o hábito de ler era considerada uma pessoa de grande valor e admiração. Entretanto, a falta de incentivo à leitura é visível e lamentável em nossa atualidade brasileira.

    Seres humanos não são robôs, porém com tanta tecnologia o homem passa a mecanizar         seu cotidiano. Contudo parece que nossa visão é preconceituosa que prefere esquecer as recordações     do passado. Por isso “esquece” dos objetos de estudos mais utilizados antes do surgimento da                 Revolução   Científica, “esquece” dos livros.
A sociedade em pleno século XXI vive no auge de um consumismo compulsivo. Tentando satisfazer suas vontades, busca manter-se atualizada por meio de redes virtuais assim acreditando que domina o mundo, tudo e todos. As informações são passadas em questão de segundos.
Logo nós brasileiros que possuímos um acervo enorme de grandes escritores literários, nos encontramos miseráveis na leitura, os governantes ditam regras de forma implícita e não se esforçam para investir nesta fonte de pesquisa (os livros). Apesar de muitos apaixonados pela leitura a carência de autores para dar “vida” a novos livros é imensa principalmente por não serem valorizados como      merecem.
   Concluímos que os livros além de grandes portadores de conhecimento são obras de arte            cuidadosamente esculpidas por letras, morfemas, vocábulos, orações, frases e logo o texto, e pela                junção de ideias que buscam cativar determinados leitores. Por isso, enquanto houver leitores haverá            livros. Ainda acreditamos em uma mudança precisa e urgente na educação e seus respectivos setores,          nos escritores e leitores, mantendo assim viva a esperança de vida eterna dos livros.

jueves, 18 de julio de 2013

Mentes Criadoras

Êuri Maria Invitti

         Através de um filme a incrível capacidade humana mostrou que é possível superar as catástrofes naturais. Os fantásticos livros voadores trouxeram de volta à vida todos os seus sabores.

Os Fantásticos Livros Voadores do Sr. Morris Lessmore

Laura Fontana Soares

        Fazendo referência ao furação Katrina, e ao clássico O Mágico de Oz, The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore (Os Fantásticos Livros Voadores do Sr. Morris Lessmore), vencedor do Oscar de Curta-Metragem de Animação de 2011, fala sobre a importância das palavras sem que alguma seja dita.
        Sem dúvida a história tem uma linguagem acessível para todas as idades e, penso, que apesar de ser direcionado ao público infantil e infanto-juvenil, qualquer pessoa irá gostar de ver, salvo que um adulto possivelmente se emocionará bem mais com a história do que uma criança. Os autores souberam explicar o que sentimos ao ler os livros, o amor com que cuidamos deles, a alegria familiar com que os tocamos, como na cena que uma senhora entra na biblioteca e sai de mãos dadas com o livro.
        Não nos questionamos sobre qual o verdadeiro sentido da leitura na vida do ser humano. Os livros são bem mais que folhas de papel tatuadas. Livros são preciosidades que possuem o belo e místico poder de adquirir vida e o mais importante de tudo: Possuem o poder de agirem como agentes transformadores de realidades. O livro é um objeto mágico, um tesouro e muitas vezes um portal para o mundo da imaginação.
        Uma parte que me emocionou profundamente é quando nós percebemos que naquela história tudo é árido e sem cor até que o Sr. Lessmore encontra os livros voadores em um lugar colorido e ao tocar e começar a ler um livro ele se torna tão colorido quanto aquele mundo todo especial.
        E ao final, ler não é besteira que desocupados dão mais valor do que o necessário. Quem lê sente mais, compartilha mais e torna-se uma importante ferramenta transformadora no mundo em que vive. Sem leitura, a imaginação estagna e a crítica não se forma.

Os fantásticos livros voadores do Senhor Lessmore

Enio Welchen           

       Na monotonia da nossa vida
       Não temos mais tempo para nada
       Tampouco notamos
       Quando tempestades se aproximam.

       Amigos sempre próximos
       Nos acompanham sempre
       Independente do que vier
       Ao nosso lado, nos apoiando.

       As tempestades nos desnorteiam
       E nos levam para um mundo
       Que nem sequer imaginamos
       Do nosso inconsciente.

       Nesse mundo imaginário
       Encontramos o inimaginável
       Amigos que nem sequer imaginamos
       Que sempre estarão no nosso lado.

       Esses amigos nos ajudam
       A encontrar o “eu” perdido
       Recontando a História perdida
       E lembrando do que não poderíamos esquecer.
 
       Na história da nossa vida
       Não podemos deixar para trás
       O que nos marcou para a construção
       Do próprio ser vivente.

       Sugar tudo o que precisamos
       Para alçar voo no mundo
       Voltamos ao real
       E dispersamos o que está escondido.

        Semear o que encontramos
        E trazer os sonhos à realidade
        Para alegrar aos descontentes
        E espalhar a felicidade.