jueves, 25 de julio de 2013

O livro de Morris Lessmore

   Guilherme Antunes da Silva

         Ser lido, eis a razão de um livro existir. Suas páginas podem estar intactas, sem a menor dobra ou imperfeição. Mas um livro sempre implora por ser aberto, mesmo que isso amasse um pouco suas páginas. Quantos não são os significados que transcendem sua própria capacidade de expressar. Quantos não são os universos, as cores, os enredos cativantes, muitas vezes ocultos sob uma capa pálida que a muitos pode afastar.
         A destruição de sua cidade, desolou a Lessmore, deixando-o sem eira nem beira. Mais que perder a sua casa,sentiu-se como se sua própria história tivesse sido dissipada. Tudo o que vivera até ali se apagara em face do efeito devastador de um furacão.
         Com um semblante acinzentado, encontrou o consolo na literatura.Conheceu os labirintos de uma biblioteca, passando a se encantar com suas características e seus mistérios. Tantos encantos que, nem mesmo após toda uma vida, teria sido ele capaz de conhecer a fundo. Os livros lhe foram um suporte e a sua própria vida se tornara um livro.


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